A perda de massa magra é um processo relativamente comum, o qual acontece no envelhecimento, sendo que estima-se que se tenha uma perda entre 1 e 2% de massa magra por ano a partir dos 50 anos de idade. Ademais, com o envelhecimento observa-se problemas relacionados à perda relativa de massa muscular, também conhecida como sarcopenia, que aumenta o risco relacionado a quedas, que além de reduzir a capacidade física, também potencializa os problemas relacionados às incapacidades.
Ademais, a nutrição é um ponto determinante na saúde ao longo do ciclo da vida, e a preocupação com os comportamentos alimentares diários, dieta e estilo de vida, é parte importante para um bom desfecho clínico. Desse modo, para um envelhecimento saudável, manutenção da função, cura e imunidade, é necessário uma dieta de alta qualidade que atende a quantidade de micronutrientes e macronutrientes. A dieta mais saudável pode prevenir e retardar o aparecimento de doenças crônicas comuns, mas também de doenças tradicionalmente associadas ao envelhecimento, como a osteoporose, fraqueza muscular e úlceras de pressão.
Nesse sentido, o envelhecimento normal está associado a mudanças significativas na composição corporal e na função dos órgãos, associado a uma diminuição da água do corpo, massa óssea e massa magra, enquanto, normalmente, o percentual de massa gorda aumenta. Este aumento associa-se, também, ao aumento das reservas de gordura abdominal. Assim, evidencia-se um quadro em que é observado a perda do músculo esquelético e o ganho de gordura corporal. Consequentemente, é notório que as recomendações padronizadas para adultos não podem ser generalizadas para os adultos mais velhos.
Outrossim, a ingestão tende a diminuir com o avançar da idade, bem como o gasto energético em repouso, principal contribuinte para o gasto energético total, que diminui a uma taxa de 100 a 150 kcal/dia por década, atribuído principalmente a uma diminuição da atividade física. Assim, a inatividade física leva à perda de massa magra, que declina cerca de 15% entre a terceira e a oitava década de vida, levando a menor taxa metabólica basal e, portanto, menor demanda de energia. Além disso, embora as necessidades energéticas diminuam com a idade, os indivíduos muitas vezes não reduzem a ingestão de energia, o que leva ao aumento do teor de gordura corporal. Por isso, apesar das menores necessidades energéticas, as necessidades de vitaminas e minerais permanecem constantes ou aumentam, necessitando, assim, de uma dieta rica em nutrientes, mas sem exceder as necessidades energéticas.
No geral, embora a incidência de sarcopenia seja maior em idosos, adultos também podem desenvolver essa síndrome. Assim, a sarcopenia é considerada primária ou secundária, ou seja, relacionada à saúde e sem outra causa evidente, doença associada ou relacionada a falta de atividade motora, doença ou nutrição inadequada e o uso de drogas que produzem efeitos colaterais anorexígenos. Assim, evidenciamos a necessidade da manutenção da massa magra para impedir desfechos desfavoráveis na saúde metabólica, evitando a sarcopenia e a fragilidade óssea.
Em conclusão, estudos mostram que a prática de treinamento físico ao longo da vida pode preservar a função e o volume do tecido muscular no envelhecimento quando comparado aos efeitos da inatividade física. Também a literatura mostra que o consumo protéico acima da RDA (entre 1g e 1,5g/kg/dia) pode beneficiar a preservação da massa magra em idosos saudáveis. Ou seja, apesar de não ter sido observado alteração no percentual de gordura, observou-se um aumento significativo na massa magra em comparação ao grupo controle. Assim percebemos que o aporte proteico é essencial em todas as fases da vida, mas que nos idosos o consumo adequado se torna essencial para a manutenção da saúde.
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REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
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