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  • Foto do escritorDra Maria Amélia Bogéa

Síndrome de Burnout: causas e sintomas.

Atualizado: 22 de nov. de 2022



A síndrome de burnout é, de maneira geral, uma resposta a prolongada exposição a estressores. Essa resposta envolve reações emocionais, cognitivas, comportamentais e fisiológicas, especialmente dos sistemas endócrino e imune, que têm uma relação íntima com a resposta do metabolismo ao estresse. Por ter um componente psicológico importante, não existe uma caracterização específica do que é um quadro de síndrome de burnout, mas alguns esforços foram feitos para tentar delimitar um padrão.


A definição de Maslach engloba três dimensões centrais dessa síndrome: exaustão emocional extrema, despersonalização e um senso de ineficácia e falta de comprometimento pessoal. No conceito de Shirom e Melamed, as dimensões características do burnout são a fadiga física, a exaustão emocional e o cansaço cognitivo, decorrentes de uma depleção crônica dos recursos energéticos individuais. Apesar de algumas diferenças, a manifestação dessa síndrome geralmente se dá a partir de sintomas como: dor de cabeça constante, mudanças no apetite (com tendência para aumento da vontade por alimentos altamente palatáveis e calóricos), distúrbios do sono, cansaço físico e mental, sentimentos de fracasso, insegurança, derrota e incompetência, crises de choro, dificuldade de concentração e também podem ocorrer sintomas gastrointestinais e cardiovasculares como alteração da pressão e dos batimentos.


Vários sistemas endócrinos estão envolvidos na resposta ao estresse, sendo os principais o eixo hipotalâmico-pituitária-adrenal e o hipotalâmico-pituitária-tireóide. Apesar de ao se falar em estresse o cortisol elevado vir logo à mente, alguns estudos mostram que indivíduos com crises muito severas de burnout podem apresentar uma resposta hipocortisolemica a um estresse agudo, o que demonstra uma dificuldade de lidar com o mesmo.


Hormônios anabólicos também estão envolvidos na resposta ao estresse, principalmente o DHEA, liberado durante o estresse agudo para contrabalançar os efeitos do cortisol Pacientes com burnout podem apresentar desregulações nesse mecanismo. Além disso, a produção de esteróides sexuais pode ficar inibida. Como esse processo é complexo e os sistemas corporais são imbricados, o sistema imune também pode sofrer alterações em seus componentes e respostas ao estresse na síndrome de burnout, mas os resultados ainda são inconclusivos.


Antigamente acreditava-se que a síndrome de burnout se restringia à profissionais que tinham relações interpessoais como parte central da sua atuação, sendo os sintomas de exaustão emocional e perda de comprometimento e motivação relacionados às relações com os clientes e pacientes. Porém, hoje já se sabe, que outros grupos que sofrem com altos níveis de fadiga e exaustão, incluindo atletas e pais que têm filhos com doenças severas também estão expostos à síndrome de burnout. Demandas que criam uma percepção de carga de trabalho excessiva e exposição crônica a estressores físicos e psicológicos são importantes fatores que levam ao desencadeamento da síndrome.


É importante procurar ajuda psicológica, e em alguns casos um psiquiatra pode ser necessário. Fazer o acompanhamento dos níveis hormonais também se torna de extrema relevância devido às alterações que podem ocorrer com a síndrome e que precisam ser monitoradas e normalizadas.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


Bridgeman, P. J., Bridgeman, M. B., & Barone, J. (2017). Burnout syndrome among healthcare professionals. American Journal of Health-System Pharmacy, 75(3), 147–152. doi:10.2146/ajhp170460


Jonsdottir, I. H., Dahlman, A. S. (2019). Mechanisms in Endocrinology: Endocrine and immunological aspects of burnout: a narrative review. Eur J Endocrinol. 180(3): R147–R158.



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