Quando se fala em tratamento de diabetes, uma das primeiras palavras que vêm à mente é insulina. Trata-se de um hormônio fundamental para o controle glicêmico o qual, algumas pessoas não produzem em quantidades adequadas. Se hoje temos um prognóstico relativamente bom em razão dos avanços no conhecimento acerca da fisiopatologia dessa doença e é claro, em razão da insulina, há um século atrás isso não era uma realidade. O diagnóstico de diabetes era dado com um tom de desesperança, uma vez que as alternativas disponíveis para tratar essa doença não eram otimistas. O prognóstico após a descoberta da doença era de pouco tempo de vida.
Para ilustrar, Theodore Ryder (Teddy), nascido em New Jersey em 1916 foi diagnosticado com diabetes tipo um aos 4 anos de idade. A partir de então, começou a ser tratado com protocolos dietéticos que, com sorte, permitiria um tempo de vida de seis a doze meses.
Paralelamente a isso, o pesquisador Frederick G. Banting (cirurgião) e Charles H. Best, com base em seus estudos baseados nas descobertas de Paul Langerhans, Oskar Minkowski e Nicholas Paulesco, conseguiram pela primeira vez extrair um hormônio proteico do pâncreas de um cão e testaram o seu efeito em animais diabéticos.
Quando a família de Ryder soube dos testes de Banting, entraram em contato com o pesquisador para incluir a criança de 4 anos na experiência. Duas semanas após receber o hormônio, Ryder começou a ganhar peso e assim, em 1922, foi uma das primeiras pessoas a serem tratadas com insulina.
Após algum tempo, Ryder enviou uma carta a Banting, na qual estava escrito: “Caro Dr. Banting, gostaria que você pudesse vir me ver. Agora sou um menino gordo e me sinto muito bem. Eu posso subir em uma árvore (...)".
Teddy Rydder não teve complicações graves da diabetes para o resto de sua vida e morreu aos 76 anos, em 1993 por insuficiência cardíaca como a pessoa que usou insulina por mais tempo.
Nesse interim, uma série de pesquisas clínicas acerca do tratamento do diabetes atestaram a eficiência da insulina. Isso rendeu o Prêmio Nobel aos cientistas Fredrick Grant Banting e John James Richard Macleod. Com os avanços da bioquímica, hoje É possível produzir insulina em larga escala de forma sintética, sem ser necessária a coleta de pâncreas de animais.
Referências:
VECCHIO, Ignazio . The Discovery of Insulin: An Important Milestone in the History of Medicine. 2018. Disponível em: https://www.frontiersin.org/articles/10.3389/fendo.2018.00613/full. Acesso em: 1 jan. 2022.
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