Você já ouviu falar sobre a “Tríade da mulher atleta”? Se você pratica exercícios físicos, sente falta de energia e tem alguma disfunção no ciclo menstrual, sugiro que leia esse texto… Ele pode te ajudar a entender se há alguma relação entre esses sintomas e a prática de atividade física.
Há mais de duas décadas foi introduzida a utilização do termo “Tríade da Mulher Atleta” para se referir às três condições observadas em mulheres fisicamente ativas:
– baixa disponibilidade de energia (podendo estar associada a distúrbio alimentar);
– alterações no ciclo menstrual;
– baixa densidade mineral óssea (osteopenia ou osteoporose).
A prática de exercício físico traz incontáveis benefícios para a saúde. Entretanto, quando há excesso de atividade física e ausência de uma dieta capaz de fornecer a quantidade de energia necessária para a recuperação e a manutenção do organismo, ocorrem prejuízos na performance esportiva e na saúde.
Esse panorama é mais frequente em atletas praticantes de esportes que exigem alto gasto de energia e/ou que valorizam a parte estética. A base para o desenvolvimento dessa tríade é a alimentação inadequada, insuficiente para fornecer a quantidade de energia necessária para o organismo manter suas funções adequadas.
Em algumas atletas pode ser observada uma relação disfuncional com a alimentação (preocupação excessiva com a qualidade do alimento, sensação de culpa/remorso após as refeições, períodos muito longos de jejum como forma de punição, pensamento obsessivo relacionado à comida etc.) e em outras pode, inclusive, ser identificado um transtorno alimentar, como o transtorno da compulsão alimentar periódica ou a bulimia nervosa.
Os transtornos alimentares são multifatoriais (dependem de predisposição genética, fatores ambientais e comportamentais) e não são causados pela prática de exercícios físicos. O tratamento desses casos deve envolver o nutricionista e principalmente o psicólogo ou psiquiatra.
As alterações no ciclo menstrual indicam a ausência de ovulação e a redução da fertilidade. Tal disfunção está associada ao baixo consumo energético, à predisposição genética e à idade. A alimentação inadequada prejudica a síntese de hormônios sexuais e acaba impedindo a maturação dos óvulos, sendo assim, não ocorre a ovulação.
A deficiência nutricional predispõe a redução da densidade óssea, que quando não é tratada adequadamente evolui para osteopenia e osteoporose. É uma situação clínica delicada, pois aumenta o risco de fraturas.
O diagnóstico precoce e o tratamento multiprofissional podem melhorar a qualidade de vida da mulher e recuperar a fertilidade. Se você tem algum desses sintomas, entre em contato com a nossa equipe e agende uma consulta médica.
Referências:
Muia EN, Wright HH, Onywera VO, Kuria EN. Adolescent elite Kenyan runners are at risk for energy deficiency, menstrual dysfunction and disordered eating. J Sports Sci. 2016;34(7):598-606. doi: 10.1080/02640414.2015.1065340. Epub 2015 Jul 8. PMID: 26153433.
Skarakis NS, Mastorakos G, Georgopoulos N, Goulis DG. Energy deficiency, menstrual disorders, and low bone mineral density in female athletes: a systematic review. Hormones (Athens). 2021 Apr 22. doi: 10.1007/s42000-021-00288-0. Epub ahead of print. PMID: 33884586.
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