O cansaço é comumente relacionado aos exercícios físicos de longa duração e a privação de sono, mas quando este se torna frequente e excessivo o problema pode ser hormonal. Os hormônios são substâncias químicas mensageiras produzidas pelas glândulas do corpo humano e possuem várias funções específicas, sendo essenciais no desenvolvimento individual humano e na homeostase dos órgãos.
Pode-se dizer que os hormônios desencadeiam tarefas vitais no organismo, como a regulação do metabolismo e a reprodução. Assim, este está diretamente ligado ao equilíbrio corporal, e quando apresentam-se desregulados um dos sintomas observados pode ser o cansaço excessivo. Vários hormônios podem estar associados a essa questão, dentre eles os hormônios da tireóide, insulina e os hormônios sexuais.
Insulina
A insulina trata-se de um hormônio produzido pelas células endócrinas do pâncreas e sua função mais conhecida é a de fazer o controle glicemico. Quando as células beta pancreáticas param de produzir de forma adequada o hormônio insulina ou quando as células do corpo se tornam resistentes a ela, observa-se um quadro de diabetes do tipo I e II, respectivamente. Essa doença possui vários sintomas sendo um deles o cansaço excessivo.
O cansaço excessivo vindo do diabetes pode estar relacionado a 3 fatores: fatores fisiológicos, como resultado de hipo ou hiperglicemia aguda ou crônica, variabilidade da glicemia e desconforto dos sintomas do diabetes; fatores psicológicos, como depressão ou sofrimento emocional relacionados ao diagnóstico ou evolução do diabetes, distúrbios do sono e síndrome das pernas inquietas; e fatores do estilo de vida, como o comportamento sedentário, problema de controle de peso ou sarcopenia obesa.
Dessa forma, o cansaço relacionado ao diabetes pode levar à fragilidade, incluindo exaustão autorreferida, baixa atividade física, baixa velocidade de caminhada, baixa força de preensão e perda de peso, o que aumentará o risco de quedas.
Hormônios da tireóide
Os hormônios tireoidianos são importantes reguladores do metabolismo e desempenham um importante papel para o desenvolvimento humano. A regulação desses hormônios é determinada pelo eixo hipotálamo-hipófise-tireóide mediante um sistema de feedback negativo, finalmente controlado por neurônios hipofisiotróficos do hormônio liberador de tireotrofina, no núcleo paraventricular. As células foliculares da tireóide são responsáveis pela produção dos hormônios T3 (tri-iodotironina) e T4 (tetraiodotironina ou tiroxina).
Quando esses hormônios encontram-se desregulados, um dos desfechos é o hipotiroidismo. Diagnosticado bioquimicamente, essa doença se dá pela produção insuficiente dos hormônios tireoidianos, por exemplo, no hipotiroidismo primário as concentrações séricas de hormônio estimulante da tireóide se encontram acima do intervalo de referência normal e concentrações de tiroxina abaixo; enquanto o hipotireoidismo secundário ocorre quando há redução de hormônio estimulador da tireoide, o que gera redução de hormônios tireoidianos.
Os sintomas do hipotiroidismo são variados e inespecíficos englobando o ganho de peso leve a moderado e falta de concentração, depressão, distúrbios menstruais, bem como o cansaço excessivo!
Hormônios sexuais
Além dos já citados, as alterações nos hormônios sexuais tanto masculinos quanto femininos podem acarretar em variados sintomas, dentre eles o cansaço!
As alterações hormonais sexuais podem estar envolvidas com a menopausa e a andropausa. A menopausa é um evento fisiológico normal entre mulheres, por definição, esse é o período final da menstruação - resultado de uma diminuição acentuada da produção de estrogênio ovariano. Já a andropausa é um processo que ocorre de forma gradual em homens, o qual é semelhante à menopausa nas mulheres. Esse processo é característico do declínio gradual e constante da produção dos hormônios testosterona e desidroepiandrosterona (DHEA).
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REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
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