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Os cuidados que o paciente com diabetes precisa ter com o uso de corticoides

Foto do escritor: Dra Maria Amélia BogéaDra Maria Amélia Bogéa

As infecções por COVID-19 tem deixado um rastro de problemas, os quais vão além das sequelas deixadas pela própria doença. Exemplo disso é o uso dos glicocorticoides em pacientes diabéticos.

Esses medicamentos são, até o momento, os mais eficientes para tratar pacientes em estado grave de infecção por SARSCOV-2 (Lembrando que vacina não é um tratamento, mas uma medida preventiva). Isso porque ele age diretamente no principal mecanismo de lesão causada pelo vírus, a inflamação exacerbada causada pela "tempestade de citocinas".


O problema é que altas doses de glicocorticóides exacerbam a hiperglicemia em pessoas com diabetes, promovendo ou uma descompensação. Além disso, em função desse mesmo efeito hiperglicemiante, os glicocorticóides podem precipitar hiperglicemia e diabetes de início recente (comumente denominado "diabetes induzido por esteróides"). Não bastasse o efeito da própria doença em questão, a qual tem sido associada ao aumento da resistência insulínica, as pessoas com predisposição a desenvolver diabetes, ou mesmo os pacientes com diabetes, devem se atentar ao uso dessas drogas.


Conforme diretrizes recentes:


A orientação recomenda administrar doses de correção de insulina análoga de ação rápida quando capilar glicemia > 12,0 mmol/l, com a dose calculada de acordo com o peso do paciente ou naqueles já tratados com insulina, em sua dose diária total de insulina. As doses de correção recomendadas são consideravelmente mais altas do que aqueles usados ​​em nossa diretriz de hiperglicemia anterior, dada o inevitável aumento da resistência à insulina.


Dessa maneira, os pacientes com tal perfil devem receber vigilância adequada de glicose e gestão da hiperglicemia, caso ocorra. E isso vale para outras situações, como uso de glicocorticóides, como dexametasona em casos leves de COVID –um erro por si só– e automedicação de corticoides de forma indiscriminada.


Referências:


RAYMAN, G et al. Dexamethasone therapy in COVID-19 patients: implications and guidance for the management of blood glucose in people with and without diabetes. Disponível em: doi: 10.1111/dme.14378. Acesso em: 26 mar. 2022.


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