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Foto do escritorDra Maria Amélia Bogéa

O que são hormônios bioidênticos ?


Atualmente temos uma produção de hormônios para uso terapêutico em larga escala, o que permite o maior acesso a esses recursos, na medida em que ocorre um equilíbrio entre a oferta e a demanda. Mas nem sempre isso foi uma realidade. Por anos, a administração dos hormônios era não só pouco acessível, mas também pouco segura, representando um risco para a saúde dos pacientes, os quais eram submetidos a tratamentos invasivos, pouco amparados pela literatura científica até o momento.


Para ilustrar, nos primeiros anos após da descoberta revolucionária da insulina como fármaco para o tratamento de diabetes, esse hormônio passou a ser comercializado não a partir de uma produção artificial, mas sim mediante a coleta da insulina do pâncreas de animais sacrificados, o que tornava os custos extremamente elevados, afetando o bolso do consumidor final. Em uma época na qual a fisiopatologia do diabetes era pouco conhecida e recursos, como a metformina e os análogos de GLP-1 estavam muito longe de serem testados, isso significava a morte do paciente em poucos anos.


Foi somente no final do século XX que Louis Ignarro – prêmio Nobel de 1998 –, pesquisador americano, trouxe à comunidade científica e à sociedade uma grande contribuição, a manipulação dos hormônios bioidênticos HBI. Isso, somado a outras técnicas de produção a nível industrial, viabilizou o barateamento dos tratamentos hormonais. Mas além dos benefícios de acessibilidade, os hormônios bioidênticos também proporcionam uma abordagem mais segura, pois, assim como sugere o sufixo "idêntico", esses fármacos possuem uma estrutura molecular extremamente semelhante ao hormônio endógeno produzido pelo corpo em condições fisiológicas. Com isso, há uma maior afinidade aos receptores do corpo, bem como um melhor aproveitamento e eficácia na função para qual foi designado.


Com esse avanço, foi possível resolver problemas, como a relação entre o câncer de mama e os progestágenos sintéticos não bioidênticos para o tratamento dos sintomas da menopausa. Após a administração dos HBI, nesse contexto, a qualidade de vida das mulheres que sofriam com os fortes sintomas da pré-menopausa e pós-menopausa melhoraram significativamente, sem que houvesse o risco do desenvolvimento de câncer durante o tratamento com a terapia hormonal. Até os dias de hoje, o padrão ouro para tratar mulheres sintomáticas nesta difícil etapa das suas vidas é a reposição com estrógeno e com progesterona bioidênticas, segundo as principais diretrizes.


Em síntese, hormônios bioidênticos são moléculas iguais às produzidas pelas glândulas endócrinas do nosso corpo, potentes em atuar de modo a contribuir para o tratamento de diversas doenças, como diabetes, hipo/hipertireoidismo, hipogonadismo, bem como problemas, como sintomas causados pela menopausa. Desde que com o auxílio de um médico endocrinologista, que irá saber de quando, e como tratar essas doenças, os pacientes podem ter uma melhora significativa do prognóstico.


Referências:

CLAPAUCH, Ruth . HORMÔNIOS BIOIDÊNTICOS. SBEM. 2010. Disponível em: https://www.endocrino.org.br/hormonios-bioidenticos/. Acesso em: 10 fev. 2022.


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