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Foto do escritorDra Maria Amélia Bogéa

Mulheres com baixa libido – diagnóstico e tratamento

Um dos pilares da qualidade de vida é a sexualidade. Alguns estudos relacionam o baixo desejo sexual à depressão. A falta de excitação – parte também essencial da sexualidade – está associada a traços de ansiedade.


A libido da mulher sofre inúmeras influências, tais como: cultura, religião, traumas, autoestima, disposição física, ansiedade, uso de medicamentos, qualidade do relacionamento afetivo, níveis hormonais e algumas doenças.


Naturalmente, no final da vida reprodutiva há uma redução dos hormônios produzidos pelos ovários, o que gera uma redução da libido. Isso também acontece em mulheres submetidas a retirada cirúrgica dos ovários.


O diagnóstico de transtorno do interesse ou excitação sexual feminino é clínico e pode ser realizado por médico ou psicólogo. Esse diagnóstico é feito quando há ausência ou redução significativa do interesse ou da excitação sexual, sem um transtorno mental que justifique essa situação e na presença de sofrimento clínico significativo para a mulher, manifestada por pelos menos três dos seguintes critérios elencados abaixo, no período de aproximadamente 6 meses:


● Ausência ou redução do interesse pela atividade sexual;

● Ausência ou redução dos pensamentos ou fantasias sexuais/eróticas;

● Nenhuma iniciativa ou iniciativa reduzida de atividade sexual e, geralmente, ausência de receptividade às tentativas de iniciativa feitas pelo parceiro;

● Ausência ou redução na excitação/prazer sexual durante a atividade sexual em quase todos ou em todos os encontros sexuais;

● Ausência ou redução do interesse/excitação sexual em resposta a quaisquer indicações sexuais ou eróticas, internas ou externas;

● Ausência ou redução de sensações genitais ou não genitais durante a atividade sexual em quase todos ou em todos os encontros sexuais.


A redução da libido pode diminuir a satisfação do casal com o relacionamento. Sempre que houver ausência ou redução do interesse ou da excitação sexual e isso causar sofrimento à mulher, é necessário buscar tratamento com equipe multiprofissional – médico e psicólogo.


A testosterona pode melhorar diretamente a libido das mulheres ou pode ser convertida em estrogênio e, na sequência, se ligar aos receptores de estrogênio. Alguns estudos sugerem que a testosterona age diretamente na libido, afinal a reposição de estrogênio isolado apenas reduz a dor durante as relações sexuais e não melhora a libido, nem o desejo ou interesse sexual. Em outro estudo, a satisfação sexual e o bem-estar estavam associados aos níveis de testosterona livre. Além disso, a testosterona também pode aumentar a lubrificação vaginal.


O tratamento medicamentoso com testosterona traz benefícios que vão além da sexualidade. Esse tratamento só pode ser feito com acompanhamento médico. Ademais, a prática regular de atividades físicas de força – musculação, por exemplo – também é capaz de promover melhoras na libido.

Referências:


Basson R, Gilks T. Women's sexual dysfunction associated with psychiatric disorders and their treatment. Womens Health (Lond). 2018 Jan-Dec;14:1745506518762664. doi: 10.1177/1745506518762664. PMID: 29649948; PMCID: PMC5900810.


Cappelletti M, Wallen K. Increasing women's sexual desire: The comparative effectiveness of estrogens and androgens. Horm Behav. 2016 Feb;78:178-93.


Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais [recurso eletrônico] : DSM-5 / [American Psychiatric Association ; tradução: Maria Inês Corrêa Nascimento ... et al.] ; revisão técnica: Aristides Volpato Cordioli ... [et al.]. – 5. ed. – Dados eletrônicos. – Porto Alegre : Artmed, 2014.


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