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  • Foto do escritorDra Maria Amélia Bogéa

Liraglutida e doenças metabólicas: O que sabemos?

Atualizado: 22 de nov. de 2022

Doenças metabólicas são caracterizadas tipicamente por resistência à insulina, aumento da circunferência abdominal em decorrência do aumento de gordura corporal e alterações na pressão arterial, perfil lipídico e glicemia sérica. Além disso, neste quadro é comum a presença de citocinas inflamatórias produzidas pelo tecido adiposo, como TNF-alfa (fator de necrose tumoral alfa) e interleucinas.



Tratamento de doenças metabólicas


O tratamento de doenças metabólicas se dá, normalmente, por dieta, exercícios físicos e, caso necessário, medicamentos. Outro fator importante para o tratamento é o acompanhamento de equipe multidisciplinar, composta por médico, nutricionista, profissional de educação física e psicólogo.



Um destes medicamentos que podem ser utilizados no tratamento de doenças metabólicas é a liraglutida. Trata-se de um análogo do peptídeo GLP-1 produzido pelo intestino delgado em resposta à ingestão de alimentos, principalmente proteínas. A função deste peptídeo é atuar no hipotálamo emitindo sinais de saciedade, diminuindo a velocidade de esvaziamento gástrico, e consequentemente, diminuindo a ingestão de alimentos. Também, pode estimular a liberação de insulina e diminuir a secreção de glucagon.


Efeitos da síndrome metabólica


Alterações metabólicas como as advindas do sobrepeso e da obesidade, podem alterar a percepção de saciedade nos indivíduos portadores destas comorbidades, fazendo com que regiões cerebrais não respondam corretamente à sinais que normalmente são produzidos após a ingestão de alimentos, para que se tenha controle da ingestão calórica.



Desta forma, a utilização de medicamentos análogos de GLP-1, como o liraglutida, passou a ser uma possibilidade para o tratamento destes quadros, pois possuem a capacidade de aumentar a saciedade do indivíduo, e, juntamente com o tratamento convencional, composto por dieta e exercícios físicos, pode colaborar para a redução do peso e melhora de parâmetros relacionados a processos inflamatórios, diabetes, pressão arterial e perfil lipídico.


Possíveis efeitos colaterais


Existem alguns efeitos colaterais que podem ocorrer com o uso de medicamentos deste tipo, como hipoglicemia, cálculos biliares, náuseas, diarreia e constipação. Desse modo, a sua utilização deve ser avaliada por médicos.


Conclusão


Por fim, a liraglutida, acompanhada de aconselhamentos em relação ao estilo de vida, pode produzir uma perda de peso sustentada e clinicamente significativa que continua enquanto for usada, além de melhorar os marcadores cardiometabólicos, como pressão arterial, circunferência da cintura, índice de massa corporal e hemoglobina glicada. Os pacientes também podem relatar melhora da função física, mediada por uma regressão do quadro de obesidade. Sua utilização deve passar por análise médica e pode ser prescrita quando o tratamento convencional não for suficiente para provocar melhora do quadro metabólico no tempo ideal.


Referências:



BLUNDELL, J., Finlayson, G., Axelsen, M., Flint, A., Gibbons, C., Kvist, T., & Hjerpsted, J. B. (2017). Effects of once-weekly semaglutide on appetite, energy intake, control of eating, food preference and body weight in subjects with obesity. Diabetes, Obesity and Metabolism, 19(9), 1242–1251. doi:10.1111/dom.12932.



NUFFER, W. A., & Trujillo, J. M. (2015). Liraglutide: A New Option for the Treatment of Obesity. Pharmacotherapy: The Journal of Human Pharmacology and Drug Therapy, 35(10), 926–934. doi:10.1002/phar.1639.



RANGANATH, L. R., Beety, J. M., Morgan, L. M., Wright, J. W., Howland, R., & Marks, V. (1996). Attenuated GLP-1 secretion in obesity: cause or consequence? Gut, 38(6), 916–919. doi:10.1136/gut.38.6.916.


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