O tecido adiposo tem diversas funções e a principal delas é armazenar gordura. Esse armazenamento pode ocorrer tanto na região abdominal (gordura visceral) quanto abaixo da pele (gordura subcutânea).
A gordura visceral provoca um processo inflamatório local e sistêmico de baixo grau, capaz de modificar o metabolismo do açúcar e da gordura, gerando alterações nos níveis de glicose e de triglicerídeos plasmáticos, promovendo resistência à insulina, alterações nos níveis de colesterol, diabetes e hipertensão arterial. Todas essas doenças, isoladamente ou em conjunto, aumentam o risco de doenças cardiovasculares.
O tecido adiposo tem a capacidade de secretar hormônios com propriedades vasoproteroras, antineoplásicas e antioxidantes. O excesso de gordura, entretanto, altera o padrão hormonal desse tecido e aumenta os riscos de hipertensão, dislipidemia e câncer.
A relação entre gordura visceral e aumento do risco de doenças cardiovasculares é complexa e envolve inúmeras vias, sendo a inflamação a via mais relevante. A redução de peso é capaz de melhorar os níveis de colesterol, a resistência à insulina e, consequentemente, reduzir o risco de doenças cardiovasculares.
O tratamento adequado para o excesso de peso pode envolver não só mudanças no estilo de vida, mas também acompanhamento médico, psicológico e nutricional. Emagrecer exige mudança de comportamento, por isso não é simples.
APARECIDA, S. E.; et. al. Visceral Obesity and Its Shared Role in Cancer and Cardiovascular Disease: A Scoping Review of the Pathophysiology and Pharmacological Treatments. International journal of molecular sciences. 2020, 21(23), 9042. https://doi.org/10.3390/ijms21239042
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