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Foto do escritorDra Maria Amélia Bogéa

Como os hormônios afetam a queda de cabelo?

Atualizado: 21 de nov. de 2022


A queda de cabelo é uma queixa comum entre mulheres, mas também afeta os homens, e pode ter diferentes causas de base. Deficiências nutricionais, de macro e micronutrientes, e estresse são justificativas usadas na maioria dos casos, porém, alterações hormonais também podem estar por trás da perda dos fios. Os hormônios são importantes orquestradores dos processos metabólicos. Nos folículos capilares, ocorre um ciclo constante marcado por três fases:

  • A fase anágena diz respeito ao crescimento dos fios, e a maior parte dos folículos se encontram nessa etapa. Esse é o motivo pelo qual, mesmo com a queda natural dos fios, ainda se mantém uma quantidade considerável de cabelo.

  • Em seguida, a fase catágena, que dura de 2 - 3 semanas, é o momento de regressão do folículo. Nesse momento, cessa o crescimento do fio.

  • A última fase, telógena, tem duração de 3 meses e é classificada como um momento de “repouso”. Aparentemente, nada acontece, mas o folículo está se preparando para a expulsão natural do fio para começar um novo ciclo.

A observação dessas fases permite compreender que, naturalmente, após um ciclo, os fios caem. Mas existe um limite para isso. Quando os orquestradores de processos metabólicos estão com alguma disfunção, é possível que esse processo seja prejudicado e se observe uma queda de cabelo além do normal.


A hiperandrogenemia, o excesso de hormônios andrógenos, é causa comum da queda de cabelo masculina, e também pode estar presente em padrões femininos de alopecia. Geralmente, essa disfunção hormonal nas mulheres vem acompanhada de hirsutismo, acne e seborreia, deixando a pele com textura mais oleosa. Esse tipo de combinação de sintomas é comum na Síndrome do Ovário Policístico em que a hiperandrogenemia está presente.


A Queda de Cabelo de Padrão Feminino é uma condição também conhecida como Alopecia Feminina Androgenética, doença associada com fatores hormonais e genéticos. É mais frequente de se manifestar na idade adulta, mas também pode ocorrer na infância e adolescência. Inicia-se com a miniaturização dos folículos capilares, seguida de redução do número de fios. Na Queda de Cabelo de Padrão Feminino, acontece um delay entre a fase de queda natural e o início de um novo ciclo, diminuindo o número de fios. Apesar de ainda não totalmente elucidado, o mecanismo endócrino parece estar relacionado ao aumento de dihidrotestosterona, um metabólito da testosterona.


Além dos andrógenos, outra forma que os hormônios afetam a queda de cabelo é em quadro de disfunção tireoidiana. Tanto o excesso quanto os baixos níveis de hormônios da tireoide podem levar a alopecia. No hipotireoidismo, acontece uma inibição da divisão celular na epiderme e apêndices da pele, o que acaba influenciando os cabelos, levando ao aumento da queda. Já no hipertireoidismo, geralmente se observa um quadro de alopecia areata, no qual um processo auto imune ataca os folículos capilares. Nessa condição a perda de cabelos é em regiões bem definidas.

Descobrir as causas do fenômeno da queda de cabelo é de suma relevância para o tratamento adequado, considerando que esse é um problema que gera muito desconforto e pode inclusive afetar a auto estima e qualidade de vida, especialmente no caso das mulheres.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Ramos, P. M., & Miot, H. A. (2015). Female Pattern Hair Loss: a clinical and pathophysiological review. Anais Brasileiros de Dermatologia, 90(4), 529–543. doi:10.1590/abd1806-4841.20153370

Lin, R. L., Garibyan, L., Kimball, A. B., & Drake, L. A. (2016). Systemic causes of hair loss. Annals of Medicine, 48(6), 393–402. doi:10.1080/07853890.2016.1180426

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