As glândulas sebáceas, como muitas outras partes da pele, possuem receptores que são influenciados pelos hormônios sexuais. Essas glândulas são afetadas pelos andrógenos, que são hormônios sexuais masculinos como a testosterona, mas que também estão presentes em ambos os sexos. Quando há mais andrógenos ligando-se aos receptores nas glândulas sebáceas, mais sebo é produzido. Isso pode levar a uma pele visivelmente mais oleosa e pode evoluir para acne.
As glândulas sebáceas produzem e secretam o sebo. Devido à elevação da produção hormonal no período da puberdade, as glândulas sebáceas aumentam de tamanho e começam a secretar sebo e consequentemente acarreta no aparecimento da acne.
A produção de sebo pode mudar ao longo do ciclo menstrual. Flutuações naturais do estrogênio ao longo do ciclo menstrual podem afetar a pele. Além dos impactos dos hormônios na pele, muitos outros fatores desempenham um papel nos níveis de sebo, como a genética, mudanças no clima e até mesmo a alimentação.
O padrão alimentar ocidental é caracterizado por um elevado consumo de açúcares simples e uma proporção inadequada de ácidos graxos poliinsaturados ômega-6 e ômega-3.
Alimentos com elevada quantidade de açúcar e baixa quantidade de fibras elevam rapidamente os níveis de glicose e insulina no sangue, estimulando, por meio de fatores intracelulares a exacerbação da produção sebácea. Além disso, a proporção inadequada de ômega-6, que é pró-inflamatório, e ômega-3, que tem ação anti-inflamatória, caracteriza-se pelo aumento da inflamação no organismo.
Diante disto, é importante adotar um padrão alimentar rico em fibras que estão presentes em frutas, verduras, legumes e cereais integrais. Também, deve-se elevar o consumo de alimentos ricos em ômega-3, como os peixes de águas frias, e reduzir a ingestão de alimentos com elevada concentração de açúcar, como chocolate, balas e doces. Referências bibliográficas:
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