O Estradiol é um dos três principais estrogênios. Dentre as suas funções, estão a regulação das atividades de hormônios, como o hormônio liberador de gonadotrofina (GnHR), liberado do hipotálamo, e luteinizante hormônio (LH), liberado pela glândula pituitária. Na puberdade, o estradiol aumenta em ambos os sexos, mas em maior medida no sexo feminino, para quem estradiol está subjacente à formação de características sexuais secundárias.
Assim como ocorre com a progesterona, o estradiol tem os seus níveis periodicamente alterados, o que ocorre durante os ciclos menstruais.
De forma mais simples, podemos dividir esse ciclo em duas fases principais:
1. Fase folicular: menstruação e ovulação.
2. Fase lútea: começa após a ovulação e dura até o final do ciclo.
Os níveis de estradiol também mudam drasticamente em certos pontos ao longo da vida, incluindo puberdade, pós-parto, perimeno- pausa e menopausa. Em cada uma dessas fases, há grande risco de alterações de humor, levando à ansiedade, depressão, além de sintomas físicos, como fadiga e dor.
Mudanças normativas no estradiol também têm sido diretamente relacionadas com a saúde física. Em particular, na menopausa e pós-parto, quando os níveis de estradiol diminuem, as mulheres frequentemente relatam aumento de queixas somáticas e aumento da incidência de doenças crônicas, como doenças cardiovasculares.
A importância do estradiol para a saúde da mulher:
Estudos têm apontado que níveis mais baixos de estradiol estão relacionados com sintomas que exacerbam as funções sexuais atribuídas ao estradiol. Para ilustrar, a baixa desse hormônio está associada a:
Aumento do risco de sofrimento piscíquico –relação amparada pelos relatos de baixa de estradiol em mulheres com depressão pós-parto–, transtornos de personalidade, depressão pós-menopausa. O estradiol mais elevado, comum em adolescentes, está relacionado com sintomas de sofrimento psicológico, como solidão, instabilidade emocional e sintomas mais externalizantes, como quebra de regra e agressão verbal.
Além disso, acredita-se que o estradiol influencie na manifestação de vários sintomas físicos, como enxaquecas, as quais podem ser desencadeadas por alterações na hormônios gonadais. Tal fato pode explicar em parte por que as enxaquecas são mais comuns em mulheres do que em homens, principalmente
durante a idade reprodutiva.
A percepção da dor crônica é mais prevalente em mulheres em comparação com homens. Isso é, de certo modo, explicado por outros estudos, os quais apontaram que mulheres com níveis baixos de estradiol são menos resistentes à dores crônicas do que as que possuem níveis normais. Comportamentos de sono também podem ser afetados por esse hormônio, uma vez que muitas mulheres experimentam problemas de sono aumentados no transição da menopausa. Isso se faz relevante, uma vez que diversas pesquisas recentes têm mostrado que a manutenção da qualidade do sono é importante para conservar a saúde em seus diversos aspectos, como saúde metabólica, hormonal, física e mental (tanto aspectos relacionados à sanidade como à memória).
Referências:
RIEDER, Jenna et al. Estradiol and Women’s Health: Considering the Role of Estradiol as a Marker in Behavioral Medicine. International Society of Behavioral Medicine. 2020. Disponível em: https://doi.org/10.1007/s12529-019-09820-4. Acesso em: 26 mar. 2022.
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